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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"ONDE SE GANHA O PÃO NÃO SE COME A CARNE"


O diretor sentiu atração pela gerente de marketing desde o primeiro instante que se encontraram pela primeira vez ao redor da mesa do café. O jeito que ela andava, rebolando, movimentando os quadris com a sutileza de um felino, o deixou enlouquecido. Ele a olhou como se acompanhasse os movimentos de uma pantera. Ela fingiu que o ignorava.
Dias depois se encontraram na sala de reunião e perceberam que a atração era fatal, não tinha como esconder. Após a reunião foram direto para o estacionamento e seguiram, cada um em seu carro, para o motel.
Na cama, descobriram que estavam enganados. Ela não gostava de homens baixinhos. Ele não apreciava as formas alvas, claras e pálidas, preferia as mais escuras e fartas. Ninguém, porém, teve coragem de dizer que o tesão tinha acabado no exato momento em que tiraram as roupas. Um olhou para a cara do outro. Ele perguntou:
- Seu cabelo é escova definitiva, não é?
- Não!!! Claro que não! Você não conhece um cabelo virgem?
- Não sou ligado nessas coisas.
- Quanto você tem de altura? - perguntou ela empinando os seios.
- Não sei, talvez um e setenta.
- Duvido!! Você é mais baixo do que eu, e muito.
Ele olhou para os seios dela e perguntou:
- Seus seios são siliconizados?
- Não! Claro que não!
- Achei que fossem, parecem tão duros, pontiagudos.
- Vem cá, você vai ficar conferindo cada pedacinho de meu corpo com os olhos ou vai fazer o que tem de ser feito?
- Sabe qual é o problema?
- Não, não sei.
- Nunca traí.
Ela gargalhou:
- Sai fora! Você acha que eu vou acreditar! Meu filho, você não tirava os olhos de minha bunda! Fiquei até sem graça quando entrei na sala de reunião. Você ficou o tempo todo atrás de mim, feito um tarado!
- Acredite se quiser, mas sou fiel.
- Então, porque veio?! – exclamou ela, irritada, cobrindo os seios com o lençol.
Ele os descobriu e disse fazendo beicinho:
- Deixa eu ficar olhando para eles, deixa? São tão perfeitos, tão duros...
- Perfeitas são as suas pernas!! Aí, aí, aí.
- Sabe como meu amor me chama?
- Não.
- De belas pernas. Já falou que vai botá-las no seguro.
- É mesmo?! Engraçado...meu marido fala a mesma coisa com meus seios.
Ele sorriu descontraidamente e ela perguntou:
- Tá rindo de quê?
- De nossos seguros.
Riram juntos. Riram tanto que não sabiam mais do que riam. Ele parou de rir primeiro e acendeu um cigarro. Ela pegou o celular na bolsa e ligou para o marido:
- Oi, meu amor. Tô numa reunião chatíssima! Graças a Deus, tá acabando. Peça uma pizza e me espere. Eu te amo muito, muito, muito. Hoje, você pode me pedir tudo.
Ele estava com a consciência tão pesada que fez o mesmo, mas o celular discado estava na caixa postal.
- Caixa postal! Caixa postal! – exclamou irritadíssimo.
- Deixe recado. – disse ela.
- É o que preciso fazer, neste momento, para não morrer de tanta dor na consciência. – deixou o recado:
- Meu amor, eu te amooo. Me espere, na banheira: blu, blu, blu, blu.
Os dois começaram a chorar. Um consolou o outro. Ele fumou outro cigarro e falou:
- Até que foi bom, a gente se conhecer assim, de perto, na meia intimidade, não foi?
- Claro que foi. Descobri que meu marido é o melhor homem do mundo!!! Ele é maravilhoso!!
- Menina!! Eu também!!

Um comentário:

  1. Amiga Ozeni,

    amo muito ler o que escreves, não por ser fã, isso
    não, mas, por ser consciente da beleza do seu ser humana e pessoa maravilhosa.

    Eu te admiro muito,...

    Parabéns pelo blog, ficou DEZ.


    Beijos

    Sérgio, beija-flor-poeta

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